Os familiares de um idoso, que alegadamente esteve várias
horas a aguardar internamento para ser operado no Hospital de Portalegre,
manifestaram-se indignados por o doente ter sido enviado para casa por
falta de camas.
Em declarações à agência Lusa, o genro do idoso, José
Domingos, criticou profissionais de saúde do Hospital de Portalegre, por terem
deixado o homem "isolado várias horas à espera", e garantiu que vai
apresentar queixa no livro de reclamações da unidade hospitalar.
Contactada pela Lusa, a administração da Unidade Local de
Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), que integra o Hospital de Portalegre, alegou
ter tido conhecimento do caso através da comunicação social e admitiu proceder
a averiguações "logo que seja apresentada uma queixa formal pelos
familiares do doente".
O idoso, de 84 anos, residente numa aldeia do concelho de
Nisa (a mais de 50 quilómetros de Portalegre), foi convocado para ser internado
na segunda-feira para, no dia seguinte, ser sujeito a uma intervenção cirúrgica
a uma hérnia inguinal.
De acordo com José Domingos, o sogro foi convocado para
estar no hospital "às 10.00 horas", para internamento, tendo feito os
exames pré preparatórios e ficado a aguardar, depois, numa sala de espera.
"Às quatro e tal da tarde já não aparecia ninguém e aí
tomei a iniciativa de saber o que se passava, porque o doente estava abandonado
naquela sala", relatou.
Depois de questionar funcionários, foi comunicado a José
Domingos que "não havia camas" e que a médica responsável "já
não estava de serviço" àquela hora.
José Domingos indicou que depois foi ao encontro de um outro
médico, que decidiu "passar uma receita com mais umas injecções" e
enviar o idoso para casa.
O genro do idoso indicou que os médicos informaram que,
"a partir segunda-feira", o doente voltaria a ser convocado para
internamento.
Durante vários dias, recordou, o doente tomou medicação para
a diluição do sangue e foi sujeito a um tratamento com injecções para poder ser
operado, tendo agora que repetir o mesmo tratamento nos cinco dias anteriores à
intervenção cirúrgica.
"A minha revolta é que esteve um homem desde das 9.45
até por volta das 17 horas sem que ninguém dissesse nada", referiu.
Para José Domingos, a situação que envolveu o sogro, com
"problemas de mobilidade", poderia ter sido evitada se o hospital
tivesse feito um "simples telefonema" a comunicar o que se estava a
passar.
Texto: Pedro Soeiro c/ LUSA | Imagem: DR
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