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segunda-feira, janeiro 05, 2015

Estremoz e Serra d'Ossa na rota da exploração de Gás de Xisto

Estremoz e a Serra d’Ossa podem estar na rota da exploração de gás de xisto em Portugal.

Uma recente reportagem emitida pela RTP, referia que Portugal é um dos países com reservas de gás de xisto, estando identificada a zona da Serra d’Ossa, como uma das zonas de estudo para identificação de uma possível reserva e consequente exploração deste gás nesta zona do Alto Alentejo. Caso se verifiquem grandes quantidades de reservas deste gás, Portugal poderá tornar-se energéticamente independente.
Os Estados Unidos são o maior produtor de gás de xisto, mas a atenção vira-se agora para a Europa, e Portugal faz parte dos países com reservas deste gás.
Para Teresa Ponte Leão, Presidente do Conselho Directivo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), a exploração de gás de xisto trata-se de “um investimento de capital intensivo, portanto temos de ter investidores que estejam apostados em investir em Portugal, que vejam que o investimento lhes vai trazer uma mais-valia económica no final”.
Entre as zonas em estudo, está a bacia Lusitaniana, em particular Bombarral, Cadaval e Alenquer, mas também o Alto Alentejo, onde se destaca a Serra d’Ossa, e a bacia do Algarve. Ainda não se conhece o potencial comercial do gás de xisto no nosso país, mas os especialistas enumeram as vantagens económicas da exploração deste recurso.
Um dos especialistas em Portugal mais defensor da exploração e consequente comercialização deste recurso é António Costa Silva, Presidente da Partex Oil and Gas. À reportagem da RTP referiu que “ou se é pragmático e se usa todos os mecanismos para desenvolver os recursos, compatibilizar com a preservação ambiental e gerar polos de desenvolvimento económico ou se ignora isso. É por isso que a Europa está na situação desolada e triste em que está hoje”. Concluiu salientando que “a economia americana está a crescer, está-se a reindustralizar. Há um processo de gaseificação da economia americana, não só na geração eléctrica e térmica, mas também no sistema de transportes”.
O gás de xisto é um produto menos poluente, mas com algumas reservas quanto ao método de exploração.
Para Joaquim Góis, Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), “o gás de xisto, e em particular o gás, é dos combustíveis fosseis o menos poluente, o mais versátil, o mais eficiente… É o gás de xisto também, na sua fase de exploração, aquele que levanta problemas ambientais”.
Sobre as questões dos eventuais problemas ambientais da exploração do gás de xisto, Teresa Ponte Leão refere que “para extrair esse gás, é preciso partir a rocha, o que vai criar microssismos. Por outro lado, há outros impactos, por exemplo, ao nível dos níveis freáticos, dos aquíferos”. Conclui salientando que “é preciso sabermos de antemão, que não vamos com as nossas medidas para perfurar o solo e partir a rocha para extrair o gás, não vamos atingir esses aquíferos”.
Na Europa este mercado está a crescer. Os peritos pedem agora mais estudos e que se mantenha a discussão pública.
 
Texto: Pedro Soeiro c/ Daniela Fernandes, Manuel Salselas e Guilherme Terra - RTP | Imagem: RTP

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