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sexta-feira, janeiro 16, 2009

Só é pena que os administradores da Rodoviária não tenham de apanhar autocarros


As portas da delegação da Rodoviária do Alentejo, em Estremoz fecharam as suas portas, não olhando a todos aqueles que têm de esperar pelos autocarros à chuva e ao frio.
Só tenho pena que quem sofra com toda esta situação seja a população e os utentes. Tenho igualmente pena que os administradores da Rodoviária do Alentejo não tenham de estar à chuva e ao frio à espera do autocarro. Caso isto acontecesse, certamente que as instalações não seriam encerradas.
E já agora, se as instalações não servem para albergar pessoas, acho que aquele espaço também não deveria servir para parque de estacionamento da Rodoviária. Hoje, pelas 13 horas, estavam lá 6 autocarros estacionados.
Certo é também que toda esta situação poderia estar resolvida caso Estremoz tivesse o novo terminal rodoviário. Parece que é este ano. A ver vamos...
Deixo-vos a notícia publicada pelo jornal on-line Diário Digital.
A Rodoviária do Alentejo encerrou as suas instalações na cidade de Estremoz deixando os utentes sem um local de abrigo do frio e da chuva, enquanto esperam pelos autocarros, situação que está a causar descontentamento na população.
Na dependência de Estremoz da empresa transportadora, que nos últimos tempos só abria nos períodos de movimento de autocarros, foi afixado um aviso, com data de 08 de Janeiro, informando os clientes que os bilhetes para os Expressos e as vinhetas podem ser adquiridos num café situado a cerca de 150 metros de distância.
Os bilhetes para os restantes autocarros, de acordo com um utente, são adquiridos no próprio autocarro.
As instalações da empresa rodoviária funcionavam na desactivada estação dos caminhos-de-ferro de Estremoz.
O novo terminal rodoviário da cidade, de acordo com fonte da autarquia, está incluído no projecto para requalificar a estação dos caminhos-de-ferro e terrenos limítrofes.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do município de Estremoz, José Alberto Fateixa, disse discordar da atitude da Rodoviária do Alentejo em encerrar as instalações.
«Não podemos concordar com o encerramento das instalações de apoio aos utentes, face ao número de utilizadores e à predisposição da Câmara Municipal de, durante este ano, ter em obra a construção do novo terminal rodoviário», realçou o autarca.
José Alberto Fateixa adiantou ainda que quinta-feira vai reunir-se com um responsável da empresa transportadora para se «tentar encontrar uma solução provisória que garanta a abertura de um posto de acolhimento aos utentes».
Vitória Serra, 66 anos, residente em Santo Aleixo (Monforte), que aguardava enregelada na rua, há duas horas e meia, o autocarro para a localidade onde mora, disse à agência Lusa que «esta situação é uma vergonha».
«Vim de Évora, tenho as malas na rua, estou cheia de frio e até já me doem os joelhos. E se estivesse a chover, como era?», disse a sexagenária, visivelmente indignada com a situação.
«Têm de arranjar um lugar para as pessoas que aguardam os autocarros estarem recolhidas. Isto é uma vergonha», sublinhou.
Florêncio dos Santos, 85 anos, que vive na localidade de Cano (Sousel), também se mostrou «muito descontente» com a situação, sobretudo por ter estado «de manhã à chuva, a aguardar um transporte».
«Não deviam brincar com as pessoas. Nós não somos bichos», lamentou o idoso.
Enquanto aguardava o autocarro para a localidade de Cano, Elisabete dos Mártires, 46 anos, de Elvas, subscreveu o descontentamento com o fecho das instalações da empresa rodoviária.
«Acho muito mal, temos que estar na rua, ao frio, à chuva ou ao Sol, a aguardar os autocarros e há pessoas que viajam com crianças», disse.
Noémia Rebola, 69 anos, de Orada (Borba), que saiu do trabalho às 17:00, disse que tinha de esperar quase uma hora pelo autocarro, na rua, ao frio.
Também na rua ao frio, estavam, entre outras, as estudantes Janete Sapato, 16 anos, de Orada, e Marina Vitorino, 15 anos, de Santo Aleixo, que saíram das aulas às 17:00 e têm autocarro 45 minutos depois.
O projecto para requalificar a estação de Estremoz dos caminhos-de-ferro e terrenos limítrofes envolve um investimento público e privado na ordem dos 10 milhões de euros, repartidos entre o município de Estremoz, com 55 por cento, e a Rede Ferroviária Nacional-REFER, com 45 por cento.
A agência Lusa contactou com a Rodoviária do Alentejo, mas as várias tentativas efectuadas ao longo dos últimos dias no sentido de ouvir um responsável da empresa revelaram-se infrutíferas.

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