O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI)
considerou que os trabalhadores da Kemet Electronics somaram uma importante
vitória, isto depois da multinacional norte-americana ter anulado o despedimento coletivo que tinha
anunciado na sua fábrica em Évora.
Em declarações à TSF, um dirigente deste sindicato explicou
que a luta dos trabalhadores desta empresa foi fundamental para que a Kemet
Electronics recuasse no despedimento de 154 funcionários e na deslocalização de
parte da produção para o México.
Paulo Ribeiro explicou que o sindicato recebeu um fax da
empresa dando conta que “dava sem efeito o processo de despedimento colectivo”
iniciado em Novembro.
“Íamos ter a quinta reunião com a administração na próxima sexta-feira
em que iríamos contestar os fundamentos e os critérios que a empresa vinha a
invocar para fazer este despedimento colectivo”, acrescentou.
Este dirigente sindical sublinhou ainda o “apoio” e a “mobilização”
dos trabalhadores desta empresa, que envolveu uma ida à Assembleia da República
e conversas com os grupos parlamentares.
“A empresa teve de arrepiar caminho e veio agora dizer que
não é o timing e que vai repensar”, acrescentou Paulo Ribeiro.
O delegado sindical e dirigente do SIESI, Hugo Fernandes,
revelou à agência Lusa que o documento “deixa no ar a hipótese” de a
multinacional “desencadear um novo processo” de despedimento colectivo, “noutra
altura”.
O delegado sindical disse, pois, que vai exigir à
administração da fábrica “uma reunião o mais breve possível”, para informar os
trabalhadores sobre quais as perspectivas da actividade da unidade fabril para
o futuro.
A Lusa contactou a administração da fábrica de Évora da
Kemet Electronics, mas nenhum responsável se mostrou disponível para confirmar
a decisão de suspender o despedimento colectivo ou para prestar declarações.
A administração da unidade alentejana tinha informado os
sindicatos, no final de Novembro, sobre a sua intenção de avançar com o
despedimento colectivo de cerca de metade dos trabalhadores, num total de 154,
e deslocalizar a produção de condensadores de tântalo para o México.
Os trabalhadores já tinham agendado uma greve para quinta e
sexta-feira desta semana, contra o despedimento colectivo, tendo o sindicalista
revelado hoje que o pré-aviso se mantém.
Os funcionários, disse, vão reunir em plenário na primeira
hora do turno, nesses dois dias, para discutir qual será a sua posição perante
a decisão da administração.
A fábrica de Évora da Kemet Electronics, que emprega cerca
de 320 trabalhadores, produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a
indústria automóvel.
Texto: Pedro Soeiro c/ LUSA e TSF | Imagem: DR
1 comentário:
Ativismo linguístico ou orgulho serôdio do tipo velho do Restelo?
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