O turismo no Alentejo "não está à espera" do
aeroporto de Beja, garante o vice-presidente da Agência de Promoção Regional,
Vítor Silva, apontando o aumento de turistas britânicos em 2012 como exemplo.
Nos primeiros onze meses do ano passado, o número de
dormidas de britânicos no Alentejo cresceu 59,1%, mais do dobro do crescimento
(28,8%) de 2011, ano em que Beja recebeu 22 voos comerciais com origem em
Londres.
Em 2012, o operador Sunvil Discovery optou por fazer uma
parceria com a TAP para garantir lugares em dois voos semanais para Lisboa,
fazendo depois o transporte até ao Alentejo por meio rodoviário.
Também o co-fundador da Sunvil, Noel Josephides, está
satisfeito com a alternativa que se encontrou aos voos para Beja, que é também
mais barata.
Além do preço elevado das taxas aeroportuárias, que tornavam
aquele "o aeroporto mais caro de Portugal", a operadora turística
deparou-se também com a dificuldade em encontrar disponíveis aviões
"charter" de grande dimensão.
Viajar por Lisboa, admitiu Noel Josephides à Lusa, "não
tem o mesmo charme que aterrar no meio do Alentejo, mas há mais flexibilidade
em termos de duração de estadia".
Vítor Silva está convencido de que "a utilização
principal do aeroporto de Beja e aquela que o rentabilizará é de natureza
industrial".
Mas, "já que lá está, também pode transportar
pessoas", dando conta do interesse de várias transportadoras em usar
aquela aerogare.
Actualmente, o Reino Unido é o segundo principal emissor de
turistas estrangeiros para a região, tendo ultrapassado em dois anos a
Alemanha, Holanda, França e Brasil, embora continue a ser superado pela
Espanha.
"Não temos problemas de acessibilidade
aeroportuária", garantiu Vítor Silva, lembrando que a viagem da capital
portuguesa para Évora, onde estão algumas das principais unidades hoteleiras e
das atracções turísticas, se faz em cerca de uma hora e quinze minutos.Porém,
Vítor Silva acredita que "ainda há uma margem muito grande de
progressão", pelo que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo está a
fazer acções de promoção junto de jornalistas e operadores de turismo
britânicos.
Além de uma apresentação realizada na terça-feira à noite na
Embaixada de Portugal, em Londres, há mais duas acções programadas para Fevereiro,
uma em Manchester e outra novamente na capital britânica.
Para Matthew Wilcox, jornalista da revista Bonhams, que
pertence à leiloeira com o mesmo nome, o Alentejo tem potencial para atrair
mais britânicos, por ser "pouco desenvolvido, no sentido positivo",
vincou.
Da visita que fez em Outubro passado, ficou impressionado
com a "beleza da paisagem", o vinho e a gastronomia e o "orgulho
das pessoas", retendo uma "sensação de descoberta", que diz
poder agradar a britânicos interessados numa alternativa ao Algarve.
Texto: LUSA | Imagem: DR
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