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quinta-feira, janeiro 17, 2013

Operários da fábrica de Évora da Kemet exigem esclarecimentos sobre futuro da unidade

Os trabalhadores da fábrica de Évora da Kemet Electronics exigiram hoje, quinta-feira, à administração que esclareça o futuro da unidade fabril, defendendo a manutenção das actuais linhas de produção de condensadores de tântalo e electrolíticos.


O delegado sindical, Hugo Fernandes, disse à Lusa que os trabalhadores querem que a administração da fábrica esclareça se a anulação do despedimento colectivo "é um adiamento ou se é definitivo".
"Se for um adiamento, queremos saber por quanto tempo", afirmou o também dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI).
Os trabalhadores da unidade alentejana iniciaram hoje uma greve de dois dias, na primeira hora de cada turno, para a realização de plenários, nos quais será discutida uma posição perante a anulação do despedimento colectivo.
A administração da fábrica de Évora da Kemet Electronics informou os trabalhadores, na segunda-feira, que tinha anulado o processo de despedimento colectivo de 154 funcionários e a deslocalização de parte da produção para o México.
O delegado sindical adiantou que os trabalhadores defendem a manutenção dos "dois produtos" que estão actualmente a ser produzidos na fábrica de Évora, os condensadores de tântalo e os electrolíticos.
"Porque é que não podemos ficar com os dois produtos? Se temos espaço físico suficiente, porque é que temos de mandar um dos produtos para a fábrica do México?", questionou Hugo Fernandes.
O sindicalista explicou que a produção em Évora de condensadores electrolíticos começou "há cerca de seis meses", com duas linhas, e que o projecto da administração prevê a instalação de mais duas linhas de produção.
A multinacional norte-americana, segundo o responsável, queria manter em Évora a produção de condensadores electrolíticos e deslocalizar os de tântalo para o México, o que implicava o despedimento colectivo, porque eram necessários menos trabalhadores.
"Se ficarmos com os dois produtos, já não era preciso haver despedimentos", realçou.
A fábrica de Évora da Kemet Electronics, que emprega cerca de 320 trabalhadores, produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel.

Texto: Pedro Soeiro c/ LUSA

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