O projeto do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo
(PCTA) foi aprovado ontem, segunda-feira, depois da Autoridade de Gestão do
InAlentejo ter assinado 26 contratos de financiamento no âmbito do Sistema
Científico e Tecnológico Nacional.
Os contratos assinados pelo inAlentejo estão avaliados em 21
milhões de euros, 15 dos quais serão financiados pelo FEDER, o fundo europeu
para o desenvolvimento regional. O PCTA quer tornar-se no rosto do Alentejo e
projetar uma imagem, nacional e internacional, da região e das suas
capacidades. Para isso o parque tecnológico alentejano terá no início uma
"estrutura leve, uma estrutura de interface", funcionando como fonte
de soluções para os problemas empresariais da região, como referiu em conversa
com o TeK, João Carlos Mateus, diretor geral do parque tecnológico alentejano.
As infraestruturas não vão suportar investigação e
desenvolvimento de tecnologia propriamente dita, mas servirão como centro de
apoio a todos os contactos necessários, em Portugal e no estrangeiro, para
descobrir quais as medidas ideais para resolver um problema de uma empresa. O
PCTA vai funcionar ainda como "um elemento chave" na gestão da Rede
de Ciência e Tecnologia do Alentejo (RCTA).
João Carlos Mateus deu o exemplo da Embraer, "que se
encontra a 600 metros do parque", e que precisava de uma solução inovadora
para interiores de aviões. Foram feitos contactos com o grupo Amorim e outras
entidades, e o interior do avião acabou por ser feito em cortiça, um produto
que é responsável por parte do volume de negócios do Alentejo.
O Parque de Ciência e Tecnologia pretende transferir
conhecimentos e competências entre diferentes entidades, mais especificamente o
"conhecimento aprofundado" das instituições de ensino superior
alentejanas e "o conhecimento do que o mercado precisa" detido pelas
empresas. A universidade de Évora e as restantes instituições de ensino
superior regionais são os polos universitários com uma relação mais
privilegiada, mas o diretor do parque não põe de parte o recurso ao
conhecimento de outras universidades e escolas, "dentro e fora do
país".
O parque tecnológico tem como áreas de especialização a
"energia e a mobilidade, o setor automóvel e o aeronáutico, as tecnologias
agroalimentares e as biotecnologias". Na opinião de João Carlos Mateus
estas áreas tornam a região competitiva, acrescentando uma maior "atração"
à localização estratégica do Alentejo. "Estamos a pouco mais de uma hora
de Lisboa e Espanha".
O Alentejo continua ainda a fazer parte dos quadros de
investimento comunitário europeu de 2014-2020, pelo que continuará a ser uma
"localização interessante" para investimento empresarial e de
investigação.
Em termos de postos de trabalho, apenas quatro foram criados
diretamente pela fundação do parque tecnológico. Mas o objetivo passa por criar
"muitos mais de maneira indireta" com o estímulo à "criação de
start ups", contou João Carlos Mateus.
Com o tempo o PCTA, que tem sede provisória em Évora, vai
expandir-se para as sub-regiões do Alentejo onde marcará presença com pequenos
espaços físicos que farão a ponte com mais empresas e mais soluções. O projeto
envolve ainda a construções de infraestruturas, através de diferentes fases, no
centro do distrito alentejano.
Texto: Casa dos Bits
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