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segunda-feira, novembro 25, 2013

Empresa algarvia começa a produzir caviar em 2015 a partir do Alentejo

Criada a partir da Universidade do Algarve, a “Caviar Portugal” é uma empresa que pretende começar a produzir caviar em 2015, a partir de uma unidade instalada no Alentejo.

 Segundo o responsável pela empresa portuguesa, a unidade produtiva resultará de um investimento na ordem dos quatro milhões de euros e terá capacidade para exportar até cinco toneladas por ano.
Numa piscina azul que custou 500 euros, e que está instalada na Universidade do Algarve, nadam centenas de esturjões que chegaram da Holanda em Fevereiro, através de uma empresa de correio expresso, na versão de ovos fecundados, contou à agência Lusa Paulo Zaragoza, director executivo do projecto “Caviar Portugal”, recordando que pagaram “cinco mil euros” pelos ovos.
O projecto-piloto empresarial nascido na Universidade do Algarve está prestes a emancipar-se e, entre o final deste ano e o início de 2014, vai ser construída uma unidade no distrito de Évora, com capacidade para produzir caviar, iguaria composta de ovos salgados de esturjão, a partir de 2015.
Segundo referiu o director executivo e responsável técnico pelo projecto, o luxuoso petisco “vai ser exportado principalmente para o mercado asiático, mas a América do Norte e Europa também estão no roteiro. Em Portugal só devem ficar uns 5% da produção”.
A unidade produtiva no Alentejo dará para a instalação de cerca de 150 toneladas de quatro espécies de esturjão que vão ter a capacidade de produzir, ao fim de cerca de cinco anos, entre 4,5 toneladas a cinco toneladas de caviar, estimou Paulo Zaragoza, natural de Alcobaça.
O especialista acrescentou que “a produção de caviar em indústria intensiva só será possível em 2017, mas em 2015 já se poderá provar alguma coisa, mas ainda numa fase de teste”.
A criação de esturjão em aquacultura funciona com um sistema de água circular fechado, o que faz com que a renovação seja apenas de 5% de água por dia.
No ciclo de tratamento de água, há plantas que estão a ser utilizadas para filtrar e retirar os nutrientes da água dos esturjões e que servem de alimento a hortícolas como alfaces, pepinos ou tomates.
O projecto empresarial atravessou o “deserto” na busca de investidores e locais, tendo mesmo estado previsto para se instalar no concelho de Lagoa, junto ao rio Arade, mas a unidade de aquacultura de esturjão “vai ser uma realidade no Alentejo”, assegurou Paulo Zaragoza.

Texto: Pedro Soeiro c/ Agência LUSA | Imagem: DR

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