Criada a partir da Universidade do Algarve, a “Caviar
Portugal” é uma empresa que pretende começar a produzir caviar em 2015, a
partir de uma unidade instalada no Alentejo.
Segundo o responsável pela empresa
portuguesa, a unidade produtiva resultará de um investimento na ordem dos
quatro milhões de euros e terá capacidade para exportar até cinco toneladas por
ano.
Numa piscina azul que custou 500 euros, e que está instalada
na Universidade do Algarve, nadam centenas de esturjões que chegaram da Holanda
em Fevereiro, através de uma empresa de correio expresso, na versão de ovos
fecundados, contou à agência Lusa Paulo Zaragoza, director executivo do
projecto “Caviar Portugal”, recordando que pagaram “cinco mil euros” pelos
ovos.
O projecto-piloto empresarial nascido na Universidade do
Algarve está prestes a emancipar-se e, entre o final deste ano e o início de
2014, vai ser construída uma unidade no distrito de Évora, com capacidade para
produzir caviar, iguaria composta de ovos salgados de esturjão, a partir de 2015.
Segundo referiu o director executivo e responsável técnico
pelo projecto, o luxuoso petisco “vai ser exportado principalmente para o
mercado asiático, mas a América do Norte e Europa também estão no roteiro. Em
Portugal só devem ficar uns 5% da produção”.
A unidade produtiva no Alentejo dará para a instalação de
cerca de 150 toneladas de quatro espécies de esturjão que vão ter a capacidade
de produzir, ao fim de cerca de cinco anos, entre 4,5 toneladas a cinco
toneladas de caviar, estimou Paulo Zaragoza, natural de Alcobaça.
O especialista acrescentou que “a produção de caviar em
indústria intensiva só será possível em 2017, mas em 2015 já se poderá provar
alguma coisa, mas ainda numa fase de teste”.
A criação de esturjão em aquacultura funciona com um sistema
de água circular fechado, o que faz com que a renovação seja apenas de 5% de
água por dia.
No ciclo de tratamento de água, há plantas que estão a ser
utilizadas para filtrar e retirar os nutrientes da água dos esturjões e que
servem de alimento a hortícolas como alfaces, pepinos ou tomates.
O projecto empresarial atravessou o “deserto” na busca de
investidores e locais, tendo mesmo estado previsto para se instalar no concelho
de Lagoa, junto ao rio Arade, mas a unidade de aquacultura de esturjão “vai ser
uma realidade no Alentejo”, assegurou Paulo Zaragoza.
Texto: Pedro Soeiro c/ Agência LUSA | Imagem: DR
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