Três meses após o acidente, continua sem ser identificado o
proprietário do cavalo que no dia de Natal, em Évora, provocou um acidente do
qual resultaram quatro mortos e quatro feridos graves, sabendo-se apenas que o
mesmo é oriundo da região espanhola da Andaluzia.
Teresa Villa de Brito, Directora-Geral da Alimentação e Veterinária
(DGAV), revelou à agência Lusa que foi encontrado o fornecedor do identificador
electrónico do animal que provocou o acidente, depois de terem sido
"contactadas várias empresas que distribuem microchips para cavalos".
Teresa Brito referiu que "contactámos essa empresa [da
Suíça] que nos informou que o microchip (identificador eletrónico) com aquele
número tinha sido distribuído para Espanha, nomeadamente para a zona da
Andaluzia".
Teresa Villa de Brito indicou ainda que estabeleceu contacto
com o seu homólogo espanhol, Lucio Carbajo, que "respondeu que não tinha
encontrado registo de nenhum equídeo com aquele número de identificação".
Segundo a mesma responsável, isto significa, que "o
microchip terá sido aplicado, mas não terá sido feito o registo do animal".
Teresa Villa de Brito concluiu que "com estes dados,
será muito difícil saber quem é o proprietário".
Segundo disseram à Lusa fontes judiciais e policiais, continua
a decorrer, no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Évora, um
inquérito sobre o caso, estando a proceder-se diligências junto do importador
do microchip.
O acidente, que ocorreu no dia de Natal de 2013 na Estrada
Nacional (EN) 114, entre Évora e Montemor-o-Novo, envolveu a colisão de dois
veículos ligeiros de passageiros, após um deles ter colidido com um cavalo à
solta que terá invadido a faixa de rodagem.
Em consequência do acidente, registou-se a morte de um homem
e uma mulher, de 52 e 46 anos, e de uma criança de cinco anos que seguiam no
veículo que embateu no cavalo, assim como de uma idosa de 83 anos, que viajava
no outro automóvel.
A PSP e a Protecção Civil Municipal de Évora, nas semanas
que se seguiram ao acidente, fizeram uma "fiscalização conjunta" para
detectar cavalos que representassem perigo para vias rodoviárias, tendo sido
recolhidos doze animais.
Segundo a autarquia eborense, cinco animais foram adoptados
e os restantes sete foram entregues aos seus proprietários, após apresentarem
"documentação comprovativa da sua posse e mediante o pagamento dos custos
que o município teve".
Texto: Pedro Soeiro c/ LUSA | Imagem: DR
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