Apesar de não querer fazer grandes comentários ao cenário
politico e económico do país, Rui Nabeiro, fundador do grupo Delta, lá vai
dizendo que Portugal precisa de “boa disposição e de caminhar com esperança”.
O empresário de Campo Maior, com 82 anos, recordou o percurso
da empresa que fundou em 1961, durante a apresentação, que se realizou em
Lisboa, de duas novas máquinas Delta Q. “Começámos lá no fundo, no Alentejo, há
52 anos, e é o dia-a-dia que nos traz a imaginação e o querer, o mostrar que é
possível”, disse.
Quando questionado pelos jornalistas sobre o chumbo das
quatro normas do Orçamento pelo Tribunal Constitucional, Rui Nabeiro preferiu
não se alongar em reacções, mas defendeu que um gestor “tem de viver para a
empresa”. “Quando começa a aparecer, atrapalha o seu próprio trabalho”, disse.
O “pai” da Delta preferiu apelar “à esperança na vida” – “que é o que o
português não tem” – e “criar emprego e dividir”.
A Delta Q, empresa do grupo que vende café em cápsulas e
máquinas, tem vindo a preparar a entrada na restauração, seguindo um passo já
dado pela concorrente Nespresso. O investimento na nova área de negócio arranca
este ano e a intenção é ter mil clientes em Portugal no canal Horeca (hotéis,
cafés e restaurantes), adiantou Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta
Cafés.
Sem querer adiantar valores de investimento, o neto de Rui
Nabeiro disse que “o canal Horeca sempre foi o mais importante para a Delta.
Não podíamos descurar o nosso canal principal, que foi a nossa origem. E ainda
é o mais importante, os portugueses ainda consumem mais café fora de casa”.
Para entrar na restauração, a Delta desenvolveu uma máquina
de raiz, a Quorum, que vai servir os clientes atrás do balcão.
Texto: Pedro Soeiro c/ Ana Rute Silva (Público)| Imagem: António Carrapato
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