O “Azeite do Alentejo” foi reconhecido pelo Governo como
Indicação Geográfica (IG). Este reconhecimento, para além de permitir a
comercialização no mercado nacional com aquele certificado, vai igualmente possibilitar
a valorização e promoção da "superior qualidade" dos azeites
produzidos na região.
Henrique Herculano, Director técnico do Centro de Estudos e
Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), disse à Lusa que o Governo, através de
despacho, "reconheceu finalmente o ´Azeite do Alentejo` como IG".
Segundo o Director da entidade gestora desta IG, este
reconhecimento "era uma grande
aspiração do sector olivícola e oleícola do Alentejo", referindo ainda que
a decisão do Estado português surgiu quatro anos após o CEPAAL ter pedido o
reconhecimento e o registo da Indicação Geográfica Protegida (IGP) "Azeite
do Alentejo" ao Governo e à Comissão Europeia.
Decorre ainda o processo de reconhecimento da IGP
"Azeite do Alentejo" pela Comissão Europeia, mas segundo Henrique
Herculano, o reconhecimento da IG pelo Governo português e o pedido de
protecção transitória feito pelo CEPAAL permite já "a qualificação e a
comercialização de ´Azeite do Alentejo` no mercado nacional".
A IG certifica "a origem e a qualidade" dos
azeites produzidos no Alentejo, "garante a sustentabilidade" dos
produtores alentejanos e é "determinante para a valorização e o
reconhecimento no mercado da superior qualidade dos azeites oriundos" da
região, explicou.
O CEPAAL criou e registou a marca "Azeite do
Alentejo", cujo selo da IG será usado em "exclusivo" por
produtores do Alentejo e irá aparecer nas embalagens dos azeites produzidos na
região que cumpram as regras constantes no Caderno de Especificações anexo ao
pedido de reconhecimento da IGP.
O centro, através de um organismo privado acreditado, ficará
responsável pelo controlo e pela certificação do cumprimento das regras de
produção de "Azeite do Alentejo" constantes do Caderno de
Especificações e posterior atribuição do selo com a IG aos produtores.
Para obter o selo "Azeite do Alentejo", o azeite
tem que ser extraído a partir de determinadas variedades de azeitona produzidas
na região e embalado no Alentejo, explicou Henrique Herculano.
Com o selo "Azeite do Alentejo", além de "o
consumidor reconhecer facilmente a qualidade do azeite", será possível
"promover, de forma mais efectiva, o azeite produzido na região".
A IG é um certificado atribuído a produtos cuja reputação ou
determinadas características e qualidades estão relacionadas ou podem ser
atribuídas ao meio geográfico da região onde são produzidos.
Segundo Henrique Herculano, "a olivicultura é uma das
principais actividades agrícolas no Alentejo, que tem a maior área
geográfica do país em olival (número de hectares e oliveiras), e é o maior
produtor nacional e responsável por mais de metade da produção de azeite
em Portugal".
Texto: Pedro Soeiro c/ Lusa | Imagem: DR
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