O início do julgamento de Francisco Borda d’Água, o homem
que está acusado de ter assassinado a advogada Natália de Sousa, em Maio deste
ano, em Estremoz, já tem data marcada.
Segundo fontes judiciais, o julgamento decorrerá no Tribunal
de Évora, a partir do dia 17 de Março de 2015.
O sobejamente conhecido comerciante de frutas de Estremoz,
está acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado,
incorrendo na pena máxima de 25 anos de prisão.
Francisco Borda d’Água, que terá assassinado a advogada
Natália de Sousa, de 50 anos, ao embater várias vezes com a sua cabeça no chão,
aguarda julgamento em prisão preventiva no Hospital Prisional de S. João de
Deus, em Caxias.
No despacho de acusação, a que a LUSA teve acesso, vem
referido que o alegado autor do crime iniciou uma discussão com Natália de
Sousa por causa do pagamento da pensão de alimentos à sua cliente e ex-mulher
do arguido, na sequência de um processo de divórcio.
"Sem que nada o fizesse prever, o arguido fez uma
rasteira à vítima, lançando-a ao chão. Agarrou-a pelo pescoço e embateu com a
cabeça da mesma por mais de 14 vezes contra o mosaico do chão do
escritório", pode ler-se na acusação.
Segundo o Ministério Público, o homem posteriormente abandonou
a vítima no escritório, prostrada no chão e esvaída em sangue, e, já na rua,
foi agarrado por uma pessoa que não o deixou sair do local até à chegada de um
carro patrulha da PSP.
Para o Ministério Público, Francisco Borda D'Água atuou com
a intenção de matar a vítima, como aconteceu, e de surpresa para que a advogada
não se pudesse defender.
"O arguido agiu com prazer de lhe causar sofrimento,
sabendo que o meio era especialmente cruel", assinala o MP na acusação.
O documento conclui que o alegado homicida "agiu
deliberada e consistentemente ciente que a sua conduta era proibida e
penalmente punida, e bem sabendo que aquela conduta era adequada a causar a
morte".
De recordar que este caso remonta a 6 de Maio de 2014.
Texto: Pedro Soeiro c/ LUSA | Imagem: DR
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