Foi no “mui” cinco estrelas Alentejo Marmóris Hotel &
Spa, que na passada terça-feira, a Rádio Comercial levou a efeito mais uma
edição do “Mais Pequeno Concerto do Mundo”.
Depois de terem estado em Portugal, no passado mês de Maio,
onde esgotaram a mítica sala da Aula Magna, os brasileiros “Natiruts” voltaram
ao nosso país, a convite da Rádio Comercial, para realizarem um concerto
intimista e para uma plateia reduzida, composta por 20 ouvintes da estação
radiofónica, que ganharam o direito a ouvir ao vivo a banda que é considerada o
expoente máximo do reggae falado em português, depois de terem participado num
concurso inspirado na música "Sorri, sou rei", da banda brasileira
fundada no ano de 1996, em Brasília.
Durante cerca de uma hora, aqueles que são considerados uns
dos principais embaixadores da música brasileira no mundo, tocaram músicas dos
seis álbuns de estúdio, num ambiente intimista, acústico e de muita
cumplicidade com o público presente.
“Sorri, sou rei”, “Liberdade para dentro da cabeça” e
“Groove Bom” foram provavelmente as três canções mais entoadas pelos presentes,
profundos admiradores do som tocado pelos mestres do reggae Alexandre Pereira (guitarra
e voz), Luís Ribeiro (baixo e voz) e Kiko Peres (guitarra).
Depois de um muito requintado e saboroso jantar, servido magistralmente
pela equipa do Alentejo Marmóris Hotel & Spa, e bem regado pelos soberbos
vinhos da Herdade das Servas, o “Estremoz Soeiro” e a Rádio Despertar estiveram
à conversa com o vocalista dos “Natiruts”, Alexandre Pereira, que nos confessou
ser um apreciador dos vinhos alentejanos.
“Estremoz Soeiro”/Rádio Despertar (ES/RD) – Que balanço é
que faz deste “Concerto Mais Pequeno do Mundo”?
Alexandre Pereira (AP) – Realmente é o concerto mais pequeno
do mundo (risos)… Foi um clima bom, um clima ao violão, um clima mais
intimista, onde as pessoas prestam mais atenção nas canções do que propriamente
vibram ou pulam, como no “Concerto Maior do Mundo”.
ES/RD – O que é que vos dá mais prazer… esta versão acústica
ou o positivamente eléctrico?
AP – São prazeres diferentes e os dois fazem sentido para a
gente, porque tudo é música e estamos nessa pela música e só temos que
agradecer a oportunidade de a fazer, independentemente do formato.
ES/RD – 25 concertos ao longo de oito anos em Portugal. Fora
do Brasil, é este o vosso porto de abrigo? É aqui que se sentem como se
estivessem em casa?
AP – Sim, com certeza… Aqui e na Argentina, ao lado do
Brasil, onde também fazemos muitos concertos. Mas sem dúvida que o país fora do
Brasil onde fazemos mais concertos é aqui, é a nossa segunda casa.
ES/RD – São considerados por muitos como o expoente máximo
do reggae falado em português. É assim que vocês se sentem ou sentem-se como
mais uma banda no panorama musical?
AP – Acho que as duas coisas. Sabemos a nossa importância dentro
do reggae cantado em português, não negamos isso, até porque quem nos deu esse
título, vamos dizer assim, foi o povo, foi o público, mas ao mesmo tempo temos
a noção e a consciência de que fazemos parte de um todo, mas o que é importante
é que as mensagens do reggae estejam sempre nas cabeças dos jovens.
ES/RD – Quais são os projectos para um futuro próximo e a
longo prazo?
AP – Próximo, é continuar a tournée do “Acústico”, que está
bastante quente no Brasil, um DVD que a gente lançou aqui em Portugal este ano,
vamos lançá-lo ainda este ano na América do Sul e na América Central, o que faz
com que a tournée se alongue um ano, um ano e meio. Em 2016, quando a gente vai
fazer 20 anos de banda, devemos fazer um DVD num sítio maior, um show maior, e
eléctrico.
ES/RD – Têm sido uns bons 17 anos?
AP – Óptimos, óptimos 17 anos. Só o facto da gente poder estar
no palco e receber o respeito do público, independente do tamanho que seja, já
é uma dádiva, que agradecemos a todos, porque nunca pensámos que podíamos
chegar até aqui, mas se chegámos temos que agradecer a todos.
Texto: Pedro Soeiro | Fotos: Ivo Moreira
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