Os relógios vão atrasar uma hora na madrugada do próximo domingo, das 02:00 para as 01:00 em Portugal continental e Madeira, e das 01:00 para as 00:00 nos Açores, oficializando a passagem para o horário de inverno.
“A hora será mudada do horário oficial de verão para o de inverno já no próximo domingo, dia 28 de outubro, seguindo a legislação da União Europeia. A existência destes horários no espaço europeu é uma decisão da União Europeia como um todo e não uma decisão individual de cada país. Nesse sentido, todos fazem a transição no mesmo dia e à mesma hora”, explicou à Lusa o diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho.
“Tanto em Portugal continental como na Madeira, que partilham exatamente a mesma hora, haverá um atraso de 60 minutos às 02:00 na madrugada de 28 de outubro. Os Açores farão a mesma transição às 01:00 locais para as 00:00”, precisou.
A decisão de alterar a hora semestralmente – a passagem para o horário de inverno acontece sempre no último fim de semana de outubro e a passagem para o horário de verão no último fim de semana de março – tem raízes históricas que remontam à I Guerra Mundial.
Rui Agostinho recordou que a mudança da hora começou por ser, nessa altura, uma necessidade, para permitir reajustar os horários de trabalho de forma a poupar combustível, fortemente racionado no período de guerra.
Foi a perceção que a alteração trazia mais benefícios para a sociedade que uma eventual poupança energética que levou a que se prolongasse até aos dias de hoje.
Atualmente, os países que compõem a União Europeia reavaliam a manutenção do horário de verão – e inverno – de cinco em cinco anos, consoante o parecer de cada um sobre esses mesmos benefícios, conforme explicou Rui Agostinho.
Segundo adiantou, “nos dias de hoje, os estudos que existem feitos pela comunidade europeia mostram que não há um impacto económico que seja um fator decisivo para tomar esta decisão. O que há é um impacto sobre a atividade diária das pessoas, sentem-se bem por trabalharem num período em que há mais sol, por se movimentarem ainda com a luz do dia”. Este bem-estar “depois também tem impactos na forma como conduzem e nos acidentes que existem, na boa disposição das pessoas, que se reflete no consumo de medicamentos. Não se consegue justificar este horário por razões puramente de poupança económica”, disse, acrescentando que os horários escolares e as rotinas dos mais novos têm também um grande peso para a manutenção deste padrão horário.
Rui Agostinho recordou que sempre que o país experimentou não implementar o horário de inverno, acabou sempre por recuar na decisão, por se comprovarem os impactos negativos de um desfasamento em relação à hora solar.
“O horário que vamos implementar agora é a hora que nos coloca mais próximos do meio-dia solar, e no inverno faz diferença”, disse.
Texto: LUSA | Foto: DR
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